Argas deste nosso lugar
pedras antergas
de gentes primeiras
verdadeiras odes de vida a lembrar
Quando casas
Assim casas a vida
Da terra
qual árvore erguida
Para a terra fixar
E os verdes rebentos
Quais finas flores
Sustentos
São os frutos de vida
depois a se multiplicar
E a roda
Da dança
Da vida
Em redor da arvore maior´
Entrelaça
Os finos fios
Destes novos
Eternos filhos
Numa história que se pode quase ver e adivinhar
transparentes
Quais os linhos
Quais os filhos
Assim a se contar
E as águas mais puras
Dançam
frutos agrestes
A se beber e consagrar
Frutos das altas terras
que nenhum ser ousou algum dia preparar
Alimento silente – firme e pungente
como essas altas gentes
entre o frio e o estio
raízes a carregar
Árvores às costas levando
linhas antigas bem manifestando
Quem as vai mexer do lugar
se fixam seus olhares
Se fixam seu cantares
se fixam socas de madeira
bem no seu chão
Se firmam coragem e coração
Se firmam a vida que se ilumina
Numa nova vida ali assim nascida
ali assim criada:
ali assim amada
assim enraizada
São os sobreiros mais régios
são as carvalheiros quais prédios
que mais ninguém poderá levantar do chão
São as frutas que dão de comer e trazem pão
São as águas que não cessam de se verter
sobre as testas candentes de quem pensa
que não mais tem que comer
São baptismos de fogo a se soltar
Em celebrações antigas para se purificar
São as ervas antigas para purgar,
Purificar para ir e
bem voltar
e curar oque apenas quem sente e sabe
por dentro
pode assim ver e amparar
são mais amigas meigas
´qual lugar
Firme s e vivas como rochas
Suaves como os salgueiros
Perto das águas a dançar
São quais sombras em branco engalanadas
pairando entre as sombras da noite sem cessar
São os firmes e escuros
de pele crescida
De raízes profundas
bem – quentes- não
frias
São os sobreiros desse nosso alto lugar
São as gentes da nossa terra…
Essas de quem vos estou a falar…
Enquanto elas falem e assim sejam
Enquanto se vejam entre nós
Nós ali a aprender e vingar
Qual árvore da vida
Meio partida
meio esmorecida
récia e régia
de novo a se erguer
de vagar
em seu passo – firme e seguro
de novo a nos ensinar
apreciara voz do vento
a ouvir bem por dentro
a se saber simplesmente por olhar e ser
a se sentir o tempo que ecoa bem dentro
que se respira sem querer… e nos fala sem se traduzir
que se faz logo sentir…
são os lugares onde os rios altos têm cantares
que nos falam de tempos e de gentes
e de momentos mais eloquentes
nos que a mente pode “voar”
são as lições do tições – das árvores em fogo brando a nos
ensinar
são os fumos que se agitam ou alinham conforme se vejam
Conforme o que se traga por dentro… pureza e firmeza qual coluna
de cristal…
e a bem se ajudar e estar
São as brisas mais marinhas que se sentem – lá em cima –castelos
que ninguém erigiu
que lavam e que trazem – bem fazer e pensar e agir – sem que
ninguém tenha feito nada para ali as fazer … nem guiar… apenas aprender… ai de quem
ali fugiu.. Rosinha . vês ai onde vais.. vês tudo o que deixas pelos teus
valores – capitais?...
São as cachoeiras, as quedas de águas – milenares- que escavam
na rocha cortinas de vida para outros passares… e que nos contam – que connosco
contam – para se deixar ficar –e ir além.. e ir até ao frio – e depois voltar… pequenas
lembranças dos nossos “tempos crianças” – nos que ainda se atreviam algumas a
olhar – como outras iam – ficavam – e depois – qual pálidas figuras voltavam
desse centro, entre o vazio sustento – ali presente – desde sempre a pairar…
Caminhos que só os que os trilham sabem bem planejar –
caminhantes entre planos entre idades,,
entre os profanos – chaves de ouro que mais não podem se abrir ou fechar .
portas de vida – que um dia – qual torrente – jorrem pelo nosso povo outra
vez.. em vez de quem – ficou de guarda – aguardando – o despertar – de portas e
pilares e templos.. e andares… e casas mortuárias – para celebrar tudo aquilo
que não cabe naquele tal ugar…
Voltar – ou avançar – dar foco e vida a esta forma de ser e
nos expressar…
Quem ainda não encontro caminho… caminhando por todo o
Minho, pela Galiza, por todo o mundo e amplo mar… procuram e buscam o que
apenas encontrarão – quando reúnam e unam – o que é e o que são…
deixar-se embalar e em bem ficar…
nesses rochedos
que aguardam
que guardam segredos
tao ledos
embarcam...
perdi um anel
de compromisso
por tudo o que
á tirania
é
logo isso
qual velhos robustos e silentes
quais suas gentes
quais senhoras de espigas baixo o braço
em eterno abraço a as defender e proteger
de outro quaquer "ouro", tesouro que não seja da terra e lugar
das ávores mais "velhas" que susten nosso "vagar"
qualquer outra forma de ser vida e à vida se fazer...
qual serenos velhos
descansam
sentadas
pedras erguidas - bem egrégias - levantadas
entre as lagoas das águas puras
ainda guardadas
ecos dos nossos povos
das nossas linhas
as mais HONRADAS
Sobre a Rocha mais firme, sobre altura mais sublime – entre a
gente mais humilde – será força de vida a mais não se arredar…
A esperança não abandona nunca este nosso lugar…
Sem comentários:
Enviar um comentário