quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Perspectivas - rios que unem mais não separam... gentes que amam




Povo de imagem garrida
De gentes livres
De novas perspectivas

Gentes verdadeiramente
Sentidas
De
Um
E do outro lado
Da cortina
Que a vida
Convida
A entrever
Aberta
Para quem

Assim o quiser…


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Para um Povo que sabe falar



Para uma placa num certo lugar…*
*guimaraes

Pra alguém que ousou gritar – quando a sua casa – em casa – ficou vazia do seu ser… do seu saber… do seu dizer…

Que a forma de falar se apagava… e este irmão emigrava… e deixava placa… debaixo de placa marcada… por outra voz que invocava – que o valor comum mais não acaba – que a vida que se partilha numa voz, numa forma de ser sentida… se manifesta na cultura nela contida e se não pode apagar…

Foi um Daniel… Foi uma Pessoa que o fez também…

Um dia que o seu se esvaía e se chamava “Português”… o outro mentia… quando dizia – que ser Português… é falar Português…

Hoje um fala e o outro cala… nas vitrines de lugares centrais demonstrada –a mesma fala… uma outra vez… enquanto uma das margens cala… agora a outra diz… o que ainda não vês…

A promessa velada, de uma vontade conjugada… com a potencialidade reencontrada – pelo apoio… pela comum cultura partilhada… pela mesma estrada – pela proximidade viva que se encontra – lá à frente – e atrás… e mais não se cala…

Que óbvia se evidencia – pronuncia deste Norte e desta via de Vida… aqui se sente a sorte de o ver e sentir dia a dia…
Passear nas ruas da outra margem… chegar à cidade à beira mar e ver – dentro da organização capital – a mesma escrita e o mesmo falar… o mesmo sentir que te estão a contar…

As promessas mantêm-se… latentes… à espera… presentes…
O potencial… do verde… do espaço que se preenche
De um ou outro lado de um rio
Que é presente
E fluente…

Com pontes de vida que se entrelacem
Dia a dia
E nós
De vidas
Que mais não se desfazem…

E – as mais-valias… de tudo o que se encontra
Num ou noutro lado
Do rio…

Quanto potencial escondido
Quantas paredes meias
A necessitar abrigo

Quantas coisas belas
Que podem ser mostradas

Que podem ser partilhadas…

Quantas vezes passeaste
De mãos dada
Em abraço
Fluindo
Rio abaixo
Rio acima
Alto
Ou baixo
O abraço
Seja sereno
Seja o encontro sereno
De quem passa
E admira
A obra
E a poesia
Neste vale escondida…

Um passeio de mão dada
Como um aplaca
Em terra alheia
Por Verdes levantada
Que dizia
Assim
Sem mais nada
Quando também parecia
Ser difícil
A outra margem
Ser abraçada

“Deixaio-os namorar”…

Hoje como ontem… os poetas cantam, as estruturas cantam… as pessoas despertam
Na mesma calma… de ver… potencias… de ver… o que uns e outros temos a dar…

De ajudar  a confluir, a complementar

Património histórico e cultural
Imaterial
E imemorial…
Tantas vidas
Entrecruzadas
Entrelaçadas
Neste espaço em especial…
Nesta zona
Neste sentir
E
Por vezes
Neste agir assim
Sem falar…

Poesias de vida
De novo a encontrar…

Formas de vida
De novo
A entrelaçar…

Quem sabe
Se tu
A podes melhorar?

Quem sabe
Se a tua ideia
A tua devoção
A tua maneira
De ser
“campeão”
Num torneio de mais não terminar
De rosar a rodas
Do tempo
E gerar sustento
A tanto
E tanto que temos
Partilhamos
E sustemos

Sem assim nos desencontrar?...

Quem sabe se uma mensagem
Torne clara

A imagem
Que a mente
A frio
Sentido
Ainda
Não consegue
Vislumbrar?...


Podes ser tu a primeira
Podes ser tu
O primeiro
A tentar

Ir em frente
E complementar
As palavras
Que aqui
Alguém
Se lembrou
De entrelaçar?



sábado, 15 de fevereiro de 2014

Cantares... saberes... e saber fazer...





"Eles não sabem..."


Dom Sebastião
feito botão
de rosa em flor...

"...Sonho constante..."

Nevoeiro
o solo fértil
neste recanto
primeiro

"... da Vida..."

para plantar
sementes
de esperança
olhar
erguido
ao ar
sustido
sonhos
e lembranças
das festas
de outrora

"... definida..."

de ser criança

de se fazer
por dentro
o templo

de sustento
desse algo

alimento

de vida
de sonho
além do lamento

conforto
certeza
que se deixa
ao adormecer
na leveza

de se entregar
sem mais pressa
o que pode
ou não voltar…

a entrar
entre
paredes fortes
experiências nobres
florescer
e frutificar

e depois
partilha
de perspectiva
de experiência
de mais-valia

de como
um certo dia
como alguém dizia
os sonhos
se fazem reais
e são a verdade
e a realidade

do dia a dia
além da idade
que se definia

aparece
em primor
algo maior
que se supunha
perdido
entre aqueles
e aquelas
que o guardavam

tesouro
ao abrigo

“Já que me chamas amigo
Prova-me lá que o és”

do esquecimento
o antigo alimento
sustento
tradição
além do lamento
palavra

“Vem para aceifa comigo
Na ceifa sujar os pés”


“Eu vou contigo para a ceifa
Eu vou comer do teu pão”

ao vento
sustento
da vida
aqui
neste lugar…

“tu dás-me a força da vida
Eu dou-te a minha canção”

como cantam
outrora
as gentes actuais

se as guias
senhoras
se os sábios

se esvaem…



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Os lamentos - lugares internos de sentimento... prelúdio de tempos a anunciar...






Quem não quebra ao sentir as suas finas gentes, no rio na névoa – que se esvai…
Quem não quebra o seu copo sagrado – no fogo do escravo que vem escravizar?

Quem não desfaz sentimento
entre o momento que se vai…
sem mais nada deixar?...

De si, do seu,
do que possa lembrar:

Ter
Tomar
Querer
Ou guardar…

Seco, obscuro e impuro pelo próprio tempo mais nada revelar…

São pó ao pó nos ventos…
são raízes sem sentimento..
são caminhos de mais não terminar…



Paredes veladas
Sem terras douradas
Para guardar…
e verdadeiramente habitar…

Somos as gentes que ouvem o som do ar.
Que compreendem as correntes, que sentem as árvores a crescer devagar… sem nomes… sem tristes nomes que outros vieram para lhes fixar – definir e circunscrever… ao seu passo e forma de andar…

Somos as gentes do dom de voar – entre as névoas e as flores e tudo aquilo que a vida que é vida em nós se detém a contar…

Somos quem não se arrepende de ser o que é… pois entre os frios e os gelos existe um verão eterno que se vê… e se esvai para quem assim não é…

Ver os nossos pairar.. entre as rotas traçadas pelos de outro lugar… sem conceder a vida e o amor que os possa de novo vivificar… é como fazer de conta que já não se é parte da terra, do vento, do mar… do rio que corre… dentro de nós – devagar…

Todos nós gotas desse mesmo céu, nesse mesmo ar… desse mesmo algo que nem teu – nem meu- une por dentro e nos faz erguer e levantar…

Ondas vivas de gente que não pára perante as muralhas erguidas pelo medo e o mal…



São as coisas simples – frias para quem teme, para quem acha sente ou escreve – o que a vida lhe não diz para contar…



São as paredes mortas que repetem as notas de uma melodia – fria – cristalizada… sem sentido… de vida… que se repete e mais não para de se reescrever emsi e nos que assim se fazem notar…

São aqueles que caminham – entre cidades vazias – e procuram os ecos da vida – aqueles que há que internar, encarcerar, esquecer, ou até denegrir – fazer desaparecer – esvair.. ou será a cultura ancestral – neles que se esvai?...




Como voltar a sentir na pele o que na alma que se não escreve – mais fala, mais diz, mais mata quando no final não é feliz entre tanta máquina e tempo vazio para preencher sem sentido em quadrados e linhas de desvio e mais não em espiral – que leve ao centro daquilo que digo – por graça ou ordem maior do que a mente de quem to está contar?...


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Arte do Subtil... ecos de um hino escondido por encantos mil

O subtil e o útil

Entre as vagas de um mar que brama…
que chama
A negra chama se esvai
Na noite escura que cai…
Pedras antergas

Dessa luz
Que o tempo apura
E cura…
 Revelando entre areias
Os tempos das idades meias

Tempos que foram
E as eras primeiras…
Os ecos
Das eras devanceiras
Aparecem – sem pressa
Entre o sentir, o ver…
o ser e o servir
Um algo maior
a transparecer
Está por vir
E Ser

Verdade para além do que se pode conceber
Uma luz
Uma voz
Uma forma
sem forma
que nos vem
acolher

Algo vasto, expandido, inquietante
Que já está entre nós
Vaga imensa
Desconexa
Das ligações e nós
Que nos prendem
E limitam
Aquém da promessa
De ser
O que temos dentro
E sermos mais não sós

Está o seu fundamento
Além do tempo
E no tempo
Tem sua própria voz

Está em tudo
Em todos
E – no mais profundo de nós

Encontra esse caminho
De livre
De vivo
De verdadeiramente amigo
Da geração
Sente como
Sem que te atinja ou toque o perigo
O teu destino
É encontrar
O porto de abrigo
Nesse algo
Que te diz
Não estarmos sós

Na voz do vento
Do doce e subtil momento
Que se esvai
Para além do que o próprio tempo
Descai…
Encontras o fundamnto
Desse algo
Além do vento
Que te lembra
O regresso
Ao estado original
Ao mundo sem fundo
No que estás
E mais não estás
Entre as formas
E o tempo
Um momento

Além do medo
O segredo
De gerar
Coma tua atenção
Com os teus puros sonhos
Um mundo novo
A crescer
Desde a palma da tua mão

Algo que uma pura criança
Sem poder
Sem querer
Além de nada
Compreende
E entende
De uma forma considerada
Errada

Entre os que pensam
E sentem
Existe a semente
Dos que sonham
Certamente
Além do tempo
E do presente
Que a verdadeira semente
Do seu ser imemorial
É o transparecer o véu
Que os leva
De volta
Ao eterno vale…

Dai ao mundo que é

Entre tudo
Se liga em tudo
E de tudo
É parte entre mil…

Essência
Descoberta
Digna presença
Que te preenche
E abraça
A ti
E a mim