Para uma placa num certo lugar…*
*guimaraes
Pra alguém que ousou gritar – quando a sua casa – em casa –
ficou vazia do seu ser… do seu saber… do seu dizer…
Que a forma de falar se apagava… e este irmão emigrava… e
deixava placa… debaixo de placa marcada… por outra voz que invocava – que o
valor comum mais não acaba – que a vida que se partilha numa voz, numa forma de
ser sentida… se manifesta na cultura nela contida e se não pode apagar…
Foi um Daniel… Foi uma Pessoa que o fez também…
Um dia que o seu se esvaía e se chamava “Português”… o outro
mentia… quando dizia – que ser Português… é falar Português…
Hoje um fala e o outro cala… nas vitrines de lugares
centrais demonstrada –a mesma fala… uma outra vez… enquanto uma das margens
cala… agora a outra diz… o que ainda não vês…
A promessa velada, de uma vontade conjugada… com a
potencialidade reencontrada – pelo apoio… pela comum cultura partilhada… pela
mesma estrada – pela proximidade viva que se encontra – lá à frente – e atrás…
e mais não se cala…
Que óbvia se evidencia – pronuncia deste Norte e desta via
de Vida… aqui se sente a sorte de o ver e sentir dia a dia…
Passear nas ruas da outra margem… chegar à cidade à beira
mar e ver – dentro da organização capital – a mesma escrita e o mesmo falar… o
mesmo sentir que te estão a contar…
As promessas mantêm-se… latentes… à espera… presentes…
O potencial… do verde… do espaço que se preenche
De um ou outro lado de um rio
Que é presente
E fluente…
Com pontes de vida que se entrelacem
Dia a dia
E nós
De vidas
Que mais não se desfazem…
E – as mais-valias… de tudo o que se encontra
Num ou noutro lado
Do rio…
Quanto potencial escondido
Quantas paredes meias
A necessitar abrigo
Quantas coisas belas
Que podem ser mostradas
Que podem ser partilhadas…
Quantas vezes passeaste
De mãos dada
Em abraço
Fluindo
Rio abaixo
Rio acima
Alto
Ou baixo
O abraço
Seja sereno
Seja o encontro sereno
De quem passa
E admira
A obra
E a poesia
Neste vale escondida…
Um passeio de mão dada
Como um aplaca
Em terra alheia
Por Verdes levantada
Que dizia
Assim
Sem mais nada
Quando também parecia
Ser difícil
A outra margem
Ser abraçada
“Deixaio-os namorar”…
Hoje como ontem… os poetas cantam, as estruturas cantam… as
pessoas despertam
Na mesma calma… de ver… potencias… de ver… o que uns e
outros temos a dar…
De ajudar a confluir,
a complementar
Património histórico e cultural
Imaterial
E imemorial…
Tantas vidas
Entrecruzadas
Entrelaçadas
Neste espaço em especial…
Nesta zona
Neste sentir
E
Por vezes
Neste agir assim
Sem falar…
Poesias de vida
De novo a encontrar…
Formas de vida
De novo
A entrelaçar…
Quem sabe
Se tu
A podes melhorar?
Quem sabe
Se a tua ideia
A tua devoção
A tua maneira
De ser
“campeão”
Num torneio de mais não terminar
De rosar a rodas
Do tempo
E gerar sustento
A tanto
E tanto que temos
Partilhamos
E sustemos
Sem assim nos desencontrar?...
Quem sabe se uma mensagem
Torne clara
A imagem
Que a mente
A frio
Sentido
Ainda
Não consegue
Vislumbrar?...
Podes ser tu a primeira
Podes ser tu
O primeiro
A tentar
Ir em frente
E complementar
As palavras
Que aqui
Alguém
Se lembrou
De entrelaçar?