quando o coração se abre
as serpentes deixam passar
o caminhante
para de novo entrar
Sustidos e assim prezados
Em gestos amigos sustidos
Como outrora, tempos antigos
Assim eram celebrados
Portas abertas, de novo libertas
Sem nada dentro trancado
Paisagens desertas de gestos
de acolhimento mais não velado
Olhares em olhares
Sem medo
ou desejo apertado
Simplesmente livres
Olhando-se, reconhecendo-se
Espelho de alma:
segredo guardado
Lado a lado,
costas com costas
sempre
sempre
achado
Caminho guardado,
entre o que mais gostas
disfarçado...
Sejam as aldeias pequenas
Que nos mostrem
o segredo guardado
De se ver e acolher
Todo aquele que por
aqui tem passado
Seja a força a inteireza,
de se ter assim mantido
Sustido
Sem nada de si ter entregado
Seja esse porte de verdadeira nobreza
Aquela que mais não verga
Perante o tempo que aperta
Perante a duvida certa
Perante o que aparenta
E alimenta
O que por dentro o sustenta
Esse medo - em nós –
assim apagado
Sejam esses cantos, de novo celebrados
Entre gentes e pessoas vivas
Mais não entre gestos olvidados
Entre pequenos espaços vazios
De novo espaços vivos
De novo lugares guardados
Entre luzes esquecidas
Entre ruas antigas
Cheias de pequenos empedrados
Sejam os novos dias
De novo celebrados
De gentes realmente vivas
Nos quadrados mais centralizados
Sejam as praças de novo reerguidas
Entre festas e romarias
De jeitos nossos assim marcados
Sejam as portas de novos dias
Com sinais assim engalanados
Sejam flores em vez de cravos
Sejam as pedras vivas
Nos sorrisos de gentes amigas
Em vez de grandes crescentes
De outros tempos poentes
Hoje – por ora – velados
Sejam os pequenos presentes
Que se
dão: mano a mano
Que se fazem assim presentes
Por se saberem de novo achados
Que nas costas desde sempre
Temos o terreno guardado
Que não é preciso temer
Que se esvaia o escudo erguido
Luzidio do novo brio temperado
Que sabendo que se erguem
Torres de marfim firme
E luzidio, Ingreme demais
para ser “conquistado”
Que aquilo reluz por dentro
É assim partilhado
Sem mais jogos de luz
Que posam tecer entramados
De teias de finos fios
Que ceguem o louvor encontrado
Que de novo levem
O valor que nos foi revelado
Que as paredes de luz viva
Se fazem com gente amiga
Povo de novo irmanado
Quando tempo premeia
E a dor é tão cheia
Seja a nossa alegria
O valor que nos premeia
Entre tanto ser que procura
Neste caminho, tempo apura
Neste caminho tempo assegura
Encontrar essa gente (clicar certamente)
A mais pura , Seja de novo
Poder encontrado
caminhar livre
erguido
Jeito de se ser honrado
Entre tanto que ainda dura
Entre tanto que espera
O que o mundo descura
aqui o que parecia pagado
Seu lugar, sua virtude
Seu jeito antigo
O tempo de novo traga
Um sopro de sonhos
Algo assim concretizado