Era noite cerrada…
tão densa como o mais denso
ao que chega
alma humana…
Era noite para as crianças…
As que festejam…
as que planejam
- um dia –
serem pais
de
outras crianças…
Era o breu
para
aquele parque
– que deveria ser-
“penedo”
de vida
de virtude
de sobriedade…
inundado pelas águas
sem idade
– de seres que se perdem e pervertem -
em rebanhos de números estranhos…
sazonais…
como os tais…
que lhes dão abrigo…
que calam
consentem
se divertem…
enriquecem
e
assim
lhes dão sentido
Ao permitir
que abusem
dos recursos gerados
para outro fim…
apara amar,
para disfrutar
a vida
que todos temos direito de gozar
de forma clara…
simples…
nivelada…
sustentada…
e não a revolta que nos aperta
– por seres como estes –
que nos
drenam…
DESDE DENTRO…
Deitar a lei ao lixo…
e fazer dessa forma de vida
um rumo fixo:
PARASITISMO
como ensinam
jovens ébrios
a recolher esse seu outro lixo…
de latas e garrafas e vómitos sem sentido…
que lhes dão o seu negro pão
despejado por crianças
sem eira nem beira maior
do que se
juntar
no seu “território”
e “festejar”
o seu destino inglório:
com patrocínio
de quem queira assim deles se servir…
a eles se juntar…
e pôlos a produzir…
dinheiros ilegais
à vista desarmada…
coisas que todos sabem
para que ninguém faça nada…
omitir é a forma simples de seguir…
até que os lá de baixo levem mais alguns
dos que ainda estão
– lá em cima na “corredera” –
com os pais…
para as suas pequenas
festas à beira rio…
inocentes bebedeiras e desatinos…
inocentes brincadeiras
entre os
baloiços da criança pura
a que – pela manhã – ali se senta…
– dai a uns anos…
pela noite…
ai se vai sentar…
para os destinos posteriores
aos que a noite os vai levar
longe dos seus sonhos
longe do dos pais
longe da vista de todos
os que os olhos quiseram tapar...
até que já não os vejam mais regressar…
desfaz-se o menino…
perde-se a meninez…
em sua volta entregam os lobos
despojos da sua
mesma mesquinhez…
seres humanos adultos
que os deveriam guardar
em vez
de
VENDER
e PERVERTER
ou simplesmente
CALAR…
– para que se não
veja –
Este lixo
assim apareça
por magia
nos caixotes
a meio
da avenida do rio
estes rapazotes
cedo aprendem
a meter o lixo
baixo o tapete
se pela manhã ninguém vê…
nesse degredo ninguém se mete…
nesta loucura ninguém crê...
Ali
– no degredo –
- ninguém passa –
mas é só vê-lo…
para quem se atreva
a dar um ar de sua graça
Se alguém quisesse..
fazer algo…
era só querê-lo
Nesse Penedo que tudo esquece
A não ser o Degredo…
Não passa vizinho, vizinha,
Pai, Mãe ou Polícia…
Niguém passa.... tudo se alicia...
Niguém faz notar...
que está mal
crianças se embebedar
Ilegal beber e consumir
Para Menores – é tudo a abrir
Alcool ou Carabinóide…
Males Menores para quem pode…
Não passa a câmara…
nem o presidente…
nem os vereadores…
Nem passam os cidadãos maiores
nem os que ali circulam pala manhã
Sobre os mesmos vidros partidos
e tanto lhes dá...
gentes de noite…
podres…
De álcool ou de revolt
a
Ou de qualquer outra coisa que já não volta
e que a ninguém importa
Como a inocência perdida
Da gente garrida
essa – sem guarda...
se perde…
sem guia...
Exemplos que se pediam….
Mas que – simplesmente
Escasseiam…
Para quem descansa
para a labuta árdua
Do Domingo Pela Manhã…
deve custar imenso
passar, fincar pés
estar lá...
E os jovens sorriem…
para quem passa
Até se elevam as graças…
nesse seu terreno
ganho por artes de desgraça…
Feitas à custa
suas próprias vidas empenhadas…
E as jovens sorriem…
Aparentes passos ingénuos
entre gestos estudados… obscenos
vindos da T.V que os
ensina...
e dos líderes que os guiam..
enquanto os outros…
os mais pequenos
os vêm…
e assim vão aprendendo…
ciclos sem retorno…
mundo meio torto
onde tudo se vai esquecendo...
é simples ter de volta
os valores em que cremos
basta ir lá
dar uma volta
conversar
passear o cão
treinar raqueta,
trecking…
fazer algo que demonstre
que se não é INDIFERENTE…
e que se ama certamente
o lugar
as vidas
as gentes...
e a juventude
prioritáriamente
PROMESSA DE AMANHÃ
O resto
– as outras iniciativas –
cabe à autarquia:
Proteger, promover e dinamizar
O resto –
cabe às autoridades supervisar
E – entre quem vê e quem não…
se vai caminhando
para esse caminho estranho que leva a se perder…
a esmorecer…
– POR DENTRO –
se deixar
MORRER…
ESPERANÇA
NUM MUNDO MELHOR
COM ELES ~
E
ELAS
JOVENS
que deixamos perder...
PERECER…
um lugar, um grupo, uma pessoa, uma actividade
palavras que ecoam na bruma que as engole
entre tanto ser humano mole…
uma ou duas gerações a degenerar…
E quem os responsáveis?...
Todos nós…
Sejam os adultos que nem passam, sejam as autoridades que
acorrem quando
– o negócio que alimenta estas vanidades –
chama para se queixar
do volume do outro lugar
– o San Telmo por exemplo, no outro Sábado até às 3h a dançar –
adultos a celebrar
que incomodem
a juventude meio ébria
por ali a passear
e não se multe o negócio do bar…
que vende e tolera
– de forma corrente e austera –
bebidas e
menores
em junção ilegal…
mesmo à porta e à janela...
INCOERÊNCIA ou HIPOCRISIA...
escolha a melhor e ganha a lotaria..
O Bar das bebidas
– que se trocam –
entre as que se compram
na loja e as que se vendem ali…
entre os jovens e as jovens
que o não podiam
fazer assim…
simplesmente por
serem ainda pequenos
para serem responsáveis pelos efeitos perversos
daquilo que pode acontecer
:
uma vez cheios da vida
que não é sua
e a caminho de se
atirar à rua
e não mais voltar…
– desde essas “corredoiras”
frias, nas que não há luz que alumia –
os carreiros da sua sina…
e as pistas
para a casa voltar…
são caminhos de ida…
sem volta ou marcha atrás…
É o município
– careca de saber –
que procura –
timidamente –
TAPAR para esquecer…
São os pais que se desresponsabilizam…
são os vizinhos que estão a ver e a ouvir e a polícia não
avisam…
de tantas chamadas que se podiam…
teria de haver
policiamento constante no lugar…
havendo uma causa comum de tal ordem
nada mais se poderia
ocultar….
São os que passam e se deixam intimidar,
e olham para o lado
e não ocupam o seu lugar
– o lugar de vizinho responsável…
de homem…
de mulher
da terra que se vale…
se esforça –
por manter a COERÊNCIA daquilo que sonhamos
– aquilo que plantamos –
e que gostaríamos um dia de ver nascer…
crianças de valores a germinar
e não seres ocos e podres
com outros seres para contaminar
São as flores de virtude que se perdem,
são as sementes que
estraviam na noite inerte…
tantos jovens que poderiam estar pela manhã a
praticar…
remo…
desportos náuticos…
artes marciais… futebol….
Balonmano..
sei
lá
– Tui brilha de tanta forma que o desporto a diário seria forma de ajudar…
… entre a noite fugidia…
seja no PENEDO,
seja na Anúbis,
seja no Polidesportivo Municipal…
Se esvaem…
– agora –
QUEM?...
QUEM?
Fará a bola de neve parar e inverter?
Quem para compreender…
que quantas mais hipóteses de se perder…
de se perverter entre seres humanos jovens e menos jovens
que já não valorizam
a virtude da juventude
sendo lobos-homens
que a querem assim perder…
Quem…
fará o tempo voltar a trás?
Quem poderá restaurar os pilares
de valores fundamentais
que orientam maiores e menores
para um caminho de saúde e vida real?
Onde a possibilidades
de encontrar o que se ama,
quem se
quer
e o ambiente saudável
para dar, receber e bem crescer?
Possa ser este o exemplo mais comum…
E não a excepção
Entre os números crescentes
Dos que aderem ao “botelhão”...
Se todos se descartam…
se nenhum se adianta
– passos em frente
para o mundo que ainda há de vir…
ecos silentes de um mundo
PRESENTE
que nos FOI DADO
A
GERIR?...
Quem vai dar passos?
Quem vai ouvir e cantar o BREOGÁN?
Sem vergonha na cara
– quando o grandes feitos
e os peitos
dos galegos
não se encolham
perante a depravação…
verdadeiro inimigo silencioso
que vai arrancando tudo e todos
da nossa comum força
– MÃO EM MÃO…
- grupos de arraia miúda
liderada por pusilânimes sem
guarida,
nem beira,
nem estrada..
…sem mais perspectiva
do que a venda de outras vidas
semelhantes à sua vida vazia
viver á custa
do dinheiro obtido
pelo degredo investido
virtudes que se perdem
baixo a justificação abismal
– de
que são os pais responsáveis
daquilo que eles mesmos vêm
e se esforçam por dar…
daquilo que eles mesmos INCITAM,
fazem e planificam
e se dão
ao luxo de lucrar…
não fossem os grupos de aviso nas entradas,
não fossem os
dos telemóveis que se chamam…
não fosse o dinheiro
a entrar em caixa
fruto de um processo lento de degeneração…
não fossem as festas privadas ou publicamente organizadas…
com gentes de toda a laia vindos do meio da confusão…
para esses um lugar próprio e estanque…
para que se vejam no espelho
em cada vez que se desfazem…
até compreender onde leva o caminho
que incitam e guiam
arrastar pela mão
geração a geração…
a
sociedade na que
estamos TODOS
e
TODOS contamos
é
- aquela na
que queremos viver…
Empenhar nossos sonhos
por obra destes mercadores tolos
é o mesmo que se esvair..
é o mesmo que deixar de existir...
caminhar ao sol e não mais sorrir
com o seu fulgor
eco dentro de ti...
Baixar os braços aos valores…
é o mesmo que MORRER…
Que FAZER?...
PERSEVERAR –
pela juventude:
Para o que nos é querido,
grato…
pelo que foi construído
com mimo
ano após ano
pelo que se pretende
– assim –
protegido e resguardado –
dos LOBOS que andam
peles de cordeiro sangue de escravo
por ai como uma praga
predando...
– cada vez mais
jovens…
cada vez maior o seu bando…
Alcateias de meninos Lobos
aos lobos homens
trazendo carne jovem
e os outros
deles se alimentando
Que fazer?...
CRER!
REAL
MENTE
QUERER
Que os saudáveis
dêm exemplos válidos
Que incentivem
esses outros tantos
A pensar
A repensar
A sentir
A aderir
à VIDA
que há em ti...
em mim...
em cada quel que o manifeste
assim...
Ser
Livre
Significa
Sentir
Dentro
Vivo
O seu espírito sublime
Concretizar
Obras de mérito
Ainda quando os tempos
não o permitam
PERSEVERAR
CRER
CONCRETIZAR
Novos tempos
novos momentos
Para que todos
possam usufruir
Partilhar
E subir…
Vamos a isso
É tempo…
De deixar de olhar para o chão…
E aspirar à luz que vem de dentro
A que se faz eco
No alto
do firmamento
ecoando
VIVA
no teu
próprio
CORAÇÃO
Três estrelas
Entre duas faces belas…
Uma comunidade iluminada
pelas luzes jovens
caras acesas
pelos valores,
do coração
e
da razão
Ainda
HÁ TEMPO!
Para dar a Mão
Irmã
Irmão...
Ainda há tempo...