domingo, 22 de junho de 2014

Soltos no mais Alto Amar...


(liberta a coragem e o amor
uma chama viva
interior
trazida
não criada
gerada
para teu sustento
para nosso alimento
para ser uma mesma voz
um mesmo calor
talvez humano
talvez Luz Maior...

Algo que de que comungamos
sem saber sequer dizer
palavras
e assim compreendemos
ainda que nem se saiba
como se abraçam
as crianças
como se mostram
os olhares
de amor
como se abraçam
a sua própria graça
lembrando a nosso 
comum opção...)



Partilhar caminhos…. E vidas…

Às vezes coisas tão antigas… como as madrugadas de S. João – nas que amigos… amigas – encontravam o seu “outro coração”… coisas de meigas, de magias, nestas fronteiras esquecidas – por se partilharem as tradições mais antigas… mais além do que digas, mais além do que penses – mais além do que – certamente definas – coisas que se mostram – nas flores das romarias – como as flores das noives neste NOSSO CHÃO…

(talvez as sementes viessem de mão em mão – e descobrir quem eram – quem são – era o “trabalho de quem acolhia – assim via e sabia – quando punha os rebentos juntos entre a confusão –q eu as vidas se encontram – por serem vidas em comunhão – que não pode a humanidade – mesmo reunida – relembrar a voz escondida – no fundo do coração trazida – manifesta – sem que se note… e se nota em certas festas e romarias –antigas – das que as matemáticas e as morais – que são algo vivas” – esqueceram a razão… a vida se renova, se recicla e transforma… e a tal “morte” foi uma vera invenção… ou não….)

Eram as festas antigas – os casamentos de anos ou dias… que ainda se escrevem – sem que ninguém as diga – que se partilham sem se escrever – que se mostram sem se saber… que se deslocam em calendários e que ninguém – ainda –quer esquecer…


(mil fogos ardem sem se ver)


São os "soajos"… são os s. “Joaos” de outros lugares – como aqueles entre os sobreiros… que se celebram entre amigos – algo ordeiros – quando o resto do ano – ali se escreve o silêncio…
São tantos momentos abertos – escritos e assim manifestos – em lugares apontando o Norte… esse caminho que se descobre – ao escavar bem fundo – nas pedras, nos regatos…

Nas encruzilhadas esquecidas – nas que as lamparinas da noite e inda brilham – escondidas – baixo os cruzeiros que apontam as novas linhas, as novas vidas…

São compromissos silentes, cantados e ainda presentes – nas sais da carolina gozados – nesta raia ainda evocados – nas nossas pedras e recintos “sagrados” – consagrados por uma natureza que nos gera e nos cria – e nos ampara dia a dia

Como o ar que se respira… como o eco das torrentes de água viva – que ecoam nas pedras vivas – assim cantando – connosco – entre nós… a transparecer – essa verdade “esquecida” – perdida – que está lá sempre viva – para quem assim a quiser ver – que o templo maior e mais puro – está no coração que assim puder reviver…

Agora vem a festa de luz, vem um momento que se espera – que se regenere o que nos gera – essa –a Vida que nos conduz…


Que se dizia – ser a que nos mostra o que se vê – quando alguém sonha e assim o crê – sonhos devidos – devidas assim a suceder – verdades plenas em vez de mentiras vazias – por repetidas – é a coragem que nasce da própria vida – e  da a vida – ao que em nós aninha e assim pode vir a ser – mensagens escondidas – enterradas entre as vidas – que assim se atrevem a deixar transparecer – são as sementes esquecidas – ainda esperando – garridas – os jardins onde se possam ajudar a crescer..


E as outras – as novas –que vêm para desafiar – o frio do gelo que parece imperar…
Que se faz – dia a dia – uma mesma verdade a caminhar
Quando – tanta e tantas verdades – foram por esse mesmo princípio trazidas e ajudadas a se gerar
Realidade esquecida – anteriormente festejada e vivida – tantas vidas em ladainha – tantas como as que puderes tu encontrar – mais além do que as que podes contar – como estrelas vivas – nesta terra nossa brilhar…



São as correntes vivas de S- JOAO – que cantam e se entrelaçam – de mão em mão..
São guirnaldas e flores de quem celebra mil amores e assim – livre pode dizer sim por saber dizer não…
Eram os tempos de vias nas que agora se culminam – as vias novas do saber ser "nação"…
Algo tão simples como ouvir a vida em ti a fruir
E compartir com o tal “vizinho” amigo – que tens ali – em ademão…



Que te lembra o que se perdia, como lembrava esta margem um dia – a língua que se esvaía..
Agora lembra a outra margem




Pessoa e castelo (ao)
Falar Português e ser Português

Quando uma voz se apaga - a outra fala
quando o Porto Cai - Um outro Porto se erguia
quando a ameaça veleda - aparecia - uma ou outra força
nos valia... essa que não se diz - nem anuncia - e que nos - por ser - ser palavra VIVA


Da mesma perspectiva
O que  nos unia
Um dia
Antes de se esquecer
São as meigas que nos ajudam a ver
São as lendas
Além das calendas
Que certos calendários fizeram esquecer…

(de sete a setembro
de novo a novembro
de dez a dezembro
de um mes sem numeros a acertar de um mes a começar...)

São as festas próprias
Nossas
A valer


(sete caminhos levam ao vale das estrelas
sete que são
em si
tão belas...)


Que nenhum sopro do deserto
Nos fez – ainda – esquecer…

(as naus da cruz
que nem era o que semelhava e que estenderam uma esperança
pela terra velada
congregando
para o tempo anunciado e a data ainda não mostrada
a gentes
as gentes
para o local e a hora marcada
partiram de ocidental praia...)

Seja assim celebrado – este ano – um novo "fado"
Reza – baixinho
Dentro de mim
Nesse lugar
Próprio
E mais não fechado
Apenas velado para to traduzir…




na noite
como no nevoeiro
nem sempre o chão da alma é seguro
nem sempre aquilo que é a flor
rebenta ainda
entre a semente fugidia
e o gelo que não se via

se assim olhares
entre o sol por e os seus luares...
e vires
o que por dentro te grita
e gritares
o que este mundo não dita
então encontras
a luz de S. João
um Sim - sobre um Não...

e verás
aquilo de do que realmente és capaz..
além do que nos disseram
além do que convieram

além de quem nos diga
que o sopro
entre o deserto
é um tema
sempre em aberto
pois o que nos une
e se partilha
nos une e mais não humilha
nos faz ser
gérmen
de vida
crescendo
se levantando
ao firmamento
árvore de vida
encontrada
jamais perdida)

Tu que sabes
Que vês e crês
Ajudas assim a nascer
Vias antigas
De novo vivas
Que nos fazem
Em conjunto

Convergir a valer…



sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mano a Mano



Esta terra arde…
como uma fogueira

Um sonho parte
Escondido
em qualquer parte

Baixo as camadas
Do solo frio
Nesta terra guardado

Pelo hábito vivido
Pela veste que se veste
Sempre sobretudo rasgado

Esperando o fim do Estio
O abraço a algo novo – vivo

Primaveras mais cheias
De flores vivas
De perspectivas
Diversas, alheias

Às moedas inteiras, divisas
Às cornijas, às pequenas incisas
De feridas tão feias…

Esperando ouvir palavras amigas
Tão vivas
Tão plenas
Como as que outrora se diziam
além dos pactos e comitivas

Sim entre abraços de gentes amigas
Mais além do que se assinava,
muito mais do que se pagava
Ou apagava com pena de intenções

Como as antigas
Intensas vozes vivas

De Rapazes, Raparigas
Noites vivas sempre festivas

Vidas tão cheias, da chama
Que a escuridão apaga

Como seus próprios corações
Repletos de sonhos e ilusões
Repletos de Histórias e tradições

Cheios de mistérios, de recantos
Escondidos ou velados,
para jogos vivos por locais
ou profanos - sempre prezados

momentos nos que o tempo
Tinha tempo para ser apreciado
E mais não pesado,
medido ou apagado

Por essa vida falo
Dessa vida compartida
entre grego e troiano

A que por dentro dizia
O quanto ainda temos a dar
Mano a mano – de irmão a irmão,
de hermano a hermano -  a criar



E que aqui
Se plantou?

E que
por aqui
se ficou?

A mais fina flor
Nasceu por louvor

Num certo dia
Madrugada do além

Plantadas entre nós
Não se sabe bem por quem

Vinda das terras de ninguém 
Lugar de gentes livres também

Gentes com sonhos a concretizar
Eis um lugar de sonhos vivos
Prontos – de novo - a se plantar,

Sementes da Vida Plena, Luz Vera
Portando em si o Raio de Sol e Luar
Fendendo as sombras e o medo de duvidar
Entrando pela janela que se pretendia fechar

Esperança a se espelhar
Nos rostos de faces esguias
Sobre os ossos dos mortos
Que em vida evitavam se mostrar

Vida nova “neste”,
“esse nosso” lugar

Um lugar
De gentes
Que esperam
Que anseiam
Quem assim se libera

Nossa nova forma verdadeira
forma de ser, forma do Ser

Nosso verdadeiro centro e força
Aqui, assim, em ti e em mim
A transparecer, a se mostrar

Sem se notar a partir
Sem se ver a regressar

Essência de Amar sobre o querer do poder
Essência do Ser indo mais além do estar,

Do ganhar
Do perder

Do ir… podendo não mais voltar
Do vogar podendo até naufragar

E indo, na noite escura inflamar
O que por dentro
Desde sempre
Nos esteve a chamar

E no coração das sombras
Fogo de vida nova plantar
E a sombra mais escura
Essa assim também iluminar

De Vida Nova o escuro Inverno incendiar…
Para quem quiser ver, acolher e integrar

Primavera Vera, na vitória das flores a plantar
Sobre o gelo ainda vigente,
semente que rasga – pungente
desde o humilde chão -  vida em turbilhão

O duro e férreo coração que prende
O nosso ser de vida/semente
Que tem de ser igual a toda a gente
Por decreto de mão, por obrigação

Sonho de irmão a irmão
De abraços perdidos, reflectidos
Entre as noites dos labirintos vivos

Quem vemos e mais não sentimos
Quando saímos e vamos
E não sabemos se vivos
Voltamos…

E podemos começar a voar

Integrando-se nos ventos
Voando por sobre o Mar
Suavemente se elevando
Pra o nosso antergo lugar

Entre os ventos ecoando
Palavras de bem-estar

Do querer
De se entregar
De espairecer
O medo de mais não ser

E assim sendo
Voltar a estar

Sopro de vida nova cantando
assim se mostrando, ecoando

no entanto, entre tanto 
ser sem se ver ou tocar
estando sem se mostrar

sem se perceber
mobilizando

aqueles
aquelas

que assim já ouvem,
mesmo sem saber bem o porquê
esse algo além da ânsia que diz:

vai e sê, germina a semente tua minha
a que deixaste esfriar ou enrijecer

E quem vai mais além e “vê”
Assim, sem mais já o “É”…

deixando atrás o fundamento
da dúvida, do tormento
de não se saber bem que se é

Assim possa
Esta luz pura
Branca de alvura

Este arco-íris
de vidas devidas
a se transparecer

Como Sol que entra pela vidraça
Que a sombra atravessa, e desfaça
Por muito densa que seja a ameaça
Assim se esvai, e se vai como fumaça
Que o vento leva, no tempo que passa….

E abraça, a vida outrora baça
A que se julgava perdida,
sem esperança, desvalida
longe da graça de ser Vida
entre a vida que em nós grassa

Despertando agora
para se iluminar
pelo nosso vero nome
nos chamar, despertar

momento de lembrar

quem somos
de onde vimos

que sucedeu
que aconteceu

quem se perdeu
quem se escondeu
quem se vendeu
e quem se esqueceu
para não mais voltar

e agora é a chamada
é chegada a hora
de pagar:

de se erguer e honrar
o que jurou defender
e assim, em vida, manifestar


voltar
e assim
o “nome”
salvaguardar

neste “nosso lugar”
– além do tempo
do sentimento
de evocar

vai suceder vida nova
neste “nosso novo lugar”
esse “vale” que mais não cale

Tanta e tanta gente
Que quer e sabe

sábado, 14 de junho de 2014

Antigas lendas de terras de lendas esquecidas

Ainda há GENTE - que sinta o que não compreende e que vá além da mente e siga - para Oriente - o que ocidente oculta...

Ainda há gente - que saiba sentir sem ver,, saber sem saber - e siga - a doar o ser...

ainda há gente que saiba sem compreender - e compreendendo - permanecem fieis ao seu essencial sustento - a luz que por dentro - os há de ajudar a Ser...

ver o Link acima - há quem saiba e não o diga, há quem o diga sem saber - algo estranho, escondido, oculto - maravilhoso acontece- a diário - neste vale encantado... quer se queira quer não - uma nova forma de existência desperta desde a palma da tua mão...


"Mas no vento Morno - que vem do Mar - a Lua ainda dança - para agente cantar..."




Parece- por vezes - que não falamos as mesmas antigas linguas - as mais antigas - que se podem evocar

parece - por vezes - que não celebramos - o mesmo amor - Maior...

Parece - e talvez assim não seja...
talvez... quem queira
que veja...



Ai esta terra arde
É uma fogueira
Não há quem a salve
De ruir inteira
Ai o sonho morre
Amordaçado
Já nem parece
Ter-se sonhado
Ai esta terra lembra
Cada madrugada
Em que o desalento
Tem sabor a nada
Ai o sonho morre
Desencantado
Já nem parece
Ter-se guardado
Mas no vento morno
Que vem do mar
A lua ainda chama
Prá gente dançar
A lua ainda dança
Prá gente cantar
Ai esta terra queima
É uma ferida aberta
Rasgada no peito
Onde a dor aperta
Ai o meu filho chora
E eu não chego ao mar
Só nos seus olhos
Posso naufragar
Mas no vento morno
Que vem do mar
A lua ainda chama
Prá gente dançar
A lua ainda dança
Prá gente cantar