sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Para um Povo que sabe falar



Para uma placa num certo lugar…*
*guimaraes

Pra alguém que ousou gritar – quando a sua casa – em casa – ficou vazia do seu ser… do seu saber… do seu dizer…

Que a forma de falar se apagava… e este irmão emigrava… e deixava placa… debaixo de placa marcada… por outra voz que invocava – que o valor comum mais não acaba – que a vida que se partilha numa voz, numa forma de ser sentida… se manifesta na cultura nela contida e se não pode apagar…

Foi um Daniel… Foi uma Pessoa que o fez também…

Um dia que o seu se esvaía e se chamava “Português”… o outro mentia… quando dizia – que ser Português… é falar Português…

Hoje um fala e o outro cala… nas vitrines de lugares centrais demonstrada –a mesma fala… uma outra vez… enquanto uma das margens cala… agora a outra diz… o que ainda não vês…

A promessa velada, de uma vontade conjugada… com a potencialidade reencontrada – pelo apoio… pela comum cultura partilhada… pela mesma estrada – pela proximidade viva que se encontra – lá à frente – e atrás… e mais não se cala…

Que óbvia se evidencia – pronuncia deste Norte e desta via de Vida… aqui se sente a sorte de o ver e sentir dia a dia…
Passear nas ruas da outra margem… chegar à cidade à beira mar e ver – dentro da organização capital – a mesma escrita e o mesmo falar… o mesmo sentir que te estão a contar…

As promessas mantêm-se… latentes… à espera… presentes…
O potencial… do verde… do espaço que se preenche
De um ou outro lado de um rio
Que é presente
E fluente…

Com pontes de vida que se entrelacem
Dia a dia
E nós
De vidas
Que mais não se desfazem…

E – as mais-valias… de tudo o que se encontra
Num ou noutro lado
Do rio…

Quanto potencial escondido
Quantas paredes meias
A necessitar abrigo

Quantas coisas belas
Que podem ser mostradas

Que podem ser partilhadas…

Quantas vezes passeaste
De mãos dada
Em abraço
Fluindo
Rio abaixo
Rio acima
Alto
Ou baixo
O abraço
Seja sereno
Seja o encontro sereno
De quem passa
E admira
A obra
E a poesia
Neste vale escondida…

Um passeio de mão dada
Como um aplaca
Em terra alheia
Por Verdes levantada
Que dizia
Assim
Sem mais nada
Quando também parecia
Ser difícil
A outra margem
Ser abraçada

“Deixaio-os namorar”…

Hoje como ontem… os poetas cantam, as estruturas cantam… as pessoas despertam
Na mesma calma… de ver… potencias… de ver… o que uns e outros temos a dar…

De ajudar  a confluir, a complementar

Património histórico e cultural
Imaterial
E imemorial…
Tantas vidas
Entrecruzadas
Entrelaçadas
Neste espaço em especial…
Nesta zona
Neste sentir
E
Por vezes
Neste agir assim
Sem falar…

Poesias de vida
De novo a encontrar…

Formas de vida
De novo
A entrelaçar…

Quem sabe
Se tu
A podes melhorar?

Quem sabe
Se a tua ideia
A tua devoção
A tua maneira
De ser
“campeão”
Num torneio de mais não terminar
De rosar a rodas
Do tempo
E gerar sustento
A tanto
E tanto que temos
Partilhamos
E sustemos

Sem assim nos desencontrar?...

Quem sabe se uma mensagem
Torne clara

A imagem
Que a mente
A frio
Sentido
Ainda
Não consegue
Vislumbrar?...


Podes ser tu a primeira
Podes ser tu
O primeiro
A tentar

Ir em frente
E complementar
As palavras
Que aqui
Alguém
Se lembrou
De entrelaçar?



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