domingo, 19 de maio de 2013

RECORDAR






Quanto mais se persegue
o seguir em frente…
quanto mais a minh’alma treme
por te ver de repente…
mais sei o que se sente:

que devo perseverar
porque o amor à vida e a verdade
contam com o nosso passo
eterno abraço
 para continuar…

Se entre o lusco fusco que se anuncia
– treme o teu passo neste estranho dia…
nesta estranha forma de vida
– então é tempo de nos anunciar:



somos o que rasgam as sombras,
somos os que não tremem perante os gigantes
os que retumbam ameaças no ar…
somos os que na vida confiam
para se encontrar –
a si e aos que hão de continuar…

Neste estranho tempo 
- há um momento –
 no que é necessário dar  passos
e avançar…

 a vida parece sumida num contratempo
necessita de quem a saiba iluminar…



somos os que não temem o tempo presente
somos os que anunciam o amanhã…

Assim – entre os que tremem
os que absorvem aquilo que não é deles
aqueles que duvidam por onde começar…



há os que se erguem…
os que a vida perseguem..
os que se atrevem
– a perseverar –
e continuar…

avançando de volta ao seu LAR

Entre as veredas do tempo
há o momento
 no que decides dar de ti o melhor

eis o momento
no que o teu ser se faz
SER MAIOR…



Assim canta
– a tua livre alma –
entre os momentos
nos que parecem quebradas
tuas asas de paz…

o teu ser sublime
será aquilo que anuncie
tudo aquilo do que fores tu capaz…

Exprime o teu ser…
sem te deixares prender
– entre o silêncio que pretende ocluir
a luz do teu sol apagar

há um caminho a seguir,
 um mundo  a construir



e tu e eu
– todos –
temos de entender
que é possível
– que tu és capaz!...

Assim
– sem que a alma trema…
sem que se tema
 – vai em frente para o teu eterno lugar...

esse que nos aguarda
 – entre tanta gente que perde a alma
– mas que tu podes alcançar…

Vai 
– mais longe –
 do que o mundo te pretende entregar


– pretende –
aquilo que se estende
 mais além do que aquilo que vês
 sem sequer notar…

Entre tanto ser bizarro
– encontrarás o teu fado
– encontrando o teu lugar…


se as paredes cedem
– sustenta tu o templo –
com o sangue que derrama
o que se entrega sem duvidar


– templo –
é a vida sublime
– é a vontade de continuar –
é a consciência que se exprime
entre os seres que unem as mãos
para se ajudar… 
a seguir para o seu LAR

E se ainda tens tempo para te expandir…
para te exprimir em secas linhas…
em coisas magrinhas
face à promessa que tens de ti…
aquilo que tens de dar…

então não esqueças
– que uma forma de ser –
é maior do que o ter…
que o poder...
que o estar entre os lugares
dos pódios sagrados
entre aqueles que pretendem mandar…



O carácter não se pode entregar
– há muitas formas de o perder
e poucas vias para o recuperar –
 eis o valor maior do que tens…
ouro além do brilho mouro
que te procura enganar…

Entre o que treme
– há o que se mantém

– firme –

no seu posto…
firmando pés.



Mãos abertas.. postura atenta
Posição serena como rocha no mar
 – mantém tu também
assim o teu lugar…




Vem o temporal
– vem a vaga que tudo pretende apagar
– vida honra e condição –
de ser humano
sem tempo para ser vulgar…
para se sujeitar
à submissão

dos valores imemoriais
do legado dos ancestrais
ao mundo do milhão
do ouro falso da tentação:

de ter tudo agora
– e depois nada para evocar

da satisfação dos desejos em explosão
rebentando por dentro a promessa
do teu ser livre a despontar




Agora
– não esqueças –
qual a promessa que te deixaram
e o quanto tens de guardar

– se entre os que cederam,
os que fugiram os que se rebaixaram
– sobram dois ou três para perseverar…



É esse o teu exército, a tua família, o teu grupo fraterno…
É essa a rocha firme onde repousar…
A praça de gente madura desde onde erguer tua chama e brilhar

São os valores que sustem a vida maior
 – aquela que é consciente da sua forma incipiente
e que sabe que tem em frente um caminho a desbravar…
O regresso consciente ao lago sereno de onde viemos a este lugar
Eterno presente, cristalina essência que tudo envolve e tudo pode abraçar



Essa vida iluminada
– parte de ti e ponte sagrada –
para o seu eterno lar –

não se percam as vias,
se mantenham as pontes esguias
para quem quiser avançar…
passar
entrar…
e regressar

Tu guarda do templo
– ergue estandarte ao luar
Pois chega a noite sem brio…
o tempo do estio
no que o teu fogo deves iluminar…



Entre tanto desatino
– há um caminho a guardar
– lugares sagrados –
Seres humanos
– templos vivos a preservar

Eis onde se faz a virtude.
Onde se cultiva o que o tempo não pule
– nem lavra
nem sequer se pode tocar

– são os que nos ajudam a perseverar
– caminhando no mundo
para o mundo iluminar…





Assim – ergue esse teu ser
– sai da lama
– que o ser te chama
– é a VERDADE -
que ousaste ouvir… 
sentir… 
viver…
ser

Vem este do profundo,
do eco do mundo
– do seu eterno palpitar –
é a sombra uma mera máscara
que vela a graça
daquilo que um dia
vais tu abraçar

Aqui vês reflexos de algo mais belo
– algo que é a verdade do ser a revelar

Guarda bem todo aquele – que manifeste – a plenitude da semente que há em ti a germinar
E se te deixas
– não mais a verás –
a branca árvore
nos céus cintilante
– o mundo que há de vir
ou aquele para onde vais regressar

Dá igual
- aqui são dois ou três dias –
uma sinfonia –
para os que amam o amor maior



Esses serão antífona gloriosa
– forma suprema dos que agora gozam –
 esses são os que deves recordar

– em ti evocar –

fazer renascer e reviver –
em cada opção deste teu caminho a tomar…

RECORDA-NOS

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