quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

UMA PONTE PARA A ETERNIDADE - desde a galiza para a maioridade - Hispania outravez una com base em colaboração e irmandade


acendo a minha loucura
como um facho ardendo na noite ESCURA


Não Choreis os Mortos

Não choreis nunca os mortos esquecidos 
Na funda escuridão das sepulturas. 
Deixai crescer, à solta, as ervas duras 
Sobre os seus corpos vãos adormecidos. 

E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos, 
Agonizar... guardai, longe, as doçuras 
Das vossas orações, calmas e puras, 
Para os que vivem, nudos e vencidos. 

Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos, 
Da multidão sem fim dos que são vivos, 
Dos tristes que não podem esquecer. 

E, ao meditar, então, na paz da Morte, 
Vereis, talvez, como é suave a sorte 
Daqueles que deixaram de sofrer. 

Pedro Homem de Mello, in "Caravela ao Mar" 









Canção á Ausente

Para te amar ensaiei os meus lábios... 
Deixei de pronunciar palavras duras. 
Para te amar ensaiei os meus lábios! 

Para tocar-te ensaiei os meus dedos... 
Banhei-os na água límpida das fontes. 
Para tocar-te ensaiei os meus dedos! 

Para te ouvir ensaiei meus ouvidos! 
Pus-me a escutar as vozes do silêncio... 
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos! 

E a vida foi passando, foi passando... 
E, à força de esperar a tua vinda, 
De cada braço fiz mudo cipreste. 

A vida foi passando, foi passando... 
E nunca mais vieste! 

Pedro Homem de Mello, in "Segredo" 




Como destrinçar as linhas
que entrelaçadas
nos seguem aunir
como deslindar
os confins
de onde partimos e para onde haveremos de ir
como separar o inseparável
ouvido e cantado
assim em trovas de vida
assim rezado

baixinho
em letra e letrista
em plena verdade

assim partilhado
neste e no outro lado

em vivo e ao publico
sem ais pudor
do que a voz que canta
e de quem assim se encanta

gerações atrás de gerações
o nomearam
o viveram
e se amaram

e seguindo
ainda existindo
cantam
vem e vão
sorrindo




- I -

   Vinte unha crara noite,
noitiña de San Xoán,
poñendo as frescas herbas
na fonte a serenar.
E tan bonita estabas
cal rosa no rosal
que de orballiño fresco
toda cuberta está.
Por eso, namorado,
con manso suspirar
os meus amantes brazos
boteiche polo van,
e ti con dulces ollos
e máis dulce falar,
meiguiña, me emboucastes
en prácido solás.
As estrelliñas todas
que aló no espazo están,
sorrindo nos miraban
con soave craridá.
E foron, ¡ai!, testigos
daquel teu suspirar
que ó meu correspondía
con amoriño igual.
Pero dempois con outros
máis majos e galáns
(mais non que máis te queiran,
que haber, non haberá),
tamén, tamén, meniña,
soupeches praticar
á sombra dos salgueiros,
cabo do romeiral.
Por eso eu che cantaba
en triste soledá,
cando, ¡ai de min!, te vía
con eles parolar:
«Coida, miña meniña,
das práticas que dás,
que donde moitos cospen,
    lama fan».


- II -
   ¡Que triste ora te vexo!...
¡Que triste, nena, estás!...
Os teus frescos colores,
¿donde, meniña, van?
O teu mirar sereno,
o teu doce cantar,
¿donde, meniña, donde,
coitada, toparás?
Xa non te vin, meniña,
na noite de San Xoán,
poñendo as frescas herbas
na fonte a serenar.
Xa non te vin fresquiña
cal rosa no rosal,
que muchadiña estabas
de tanto saloucar.
Ora, de dor ferida,
buscando a honriña vas,
a honriña que perdeches,
mais ¿quen cha volverá?
Eu ben, miña meniña,
ben cha quixera dar,
que aquel que ben te quixo
doise de verte mal.
Mais anque dir, eu diga,
que limpa, nena, estás,
respóndenme sorrindo
por se de min bulrar:
«Ben sabes, Farruquiño,
Farruco do Pombal,
que donde moitos cospen,
    lama fan».







cantares do amor
por terra e montes e vales
sejam os verdes pinos cantados por amália
sejam os verdes campos de Camões cantados por uxia
seja esta a força da vida que nos una tal qual desde sempre nos unia




em 
"verde e oiro se agitam"
os sonhos que ainda nos motivam
"espevitam"



a verde terra
igual à nossa
tal fresca
qual fermosa
na que a virtude era assim guardada
assim bem no peito sustida
bem no peito lembrada




“Vós que me ouvis, ide anunciar QUEM SOMOS,
Com Malaguenhas que recordem Fados.
E em ritmos verdes, Virgens como pomos,
Renasçam os poemas sepultados!
IDE bailando as voltas da Moinheira
TALVEZ acendam FRÉMITOS de VIRA.
ROSAS, cobri aquelas mãos de cera,
Famintas, de beleza e de mentira!
As pregas da urze, ocultas no caminho
Não são fronteiras. O seu nome é brisa…
ONDE ESCREVI “GALIZA” LEIAM “MINHO”
ONDE “MINHO” ESCREVI, LEIAM “GALIZA

PEDRO HOMEM DE MELLO - HOMENAGEM A ROSALIA


"seo sangue não engana
havemos de ir a viana"
na corruptela da musica
encontra o coração meiopartido´de Pedro pO rines
assim sustido
enqaunto pais regentes
os ragavam
e em Santa Marta
Vira costas à galiza
e descreve
bem em poesia
em poema
ao ressurgir
dessa tal amada
que amor de namoro
João verde canta
em terra Lusitana

que havemos um dia
Juntos de Ir a Viana
pois NAMORA
A GALIZA
MAI-LO MINHO
A MESMA RAÇA


que nem se conta
nem sedescreve
apenas se vive e se sente


e
mais não mente




Trovante e os Sétima, cantaram
mesmo destino, mesmo sangue mesmo fado
Seja Reprezas seja represas - com s" e z de terras além portuguesas
cabataram senhoras feiticieras dignas de vida companheiras - sejam as MEIGAS da nossa estrana fala - e as FADAS de estrano nom - dos Milladoiro - os FADOS ASSIM AQUI CONTADOS...
sejam Castellanas de castilla, sejam da castillla castellanas
cantas por flor bela - CASTELÃOS - que traduzem quem não é povo - sendo povo - eao povo impõe as mãos...

não se impondo cantando - em vida e obra se entregando

uma cantava - Rosa
e finando
amor perfeito em mão
deixava sinal eterno de eterna Devoção

Castellana de Castilla,tan bonita e tan fidalga,mais a quen para ser feraca procedensia lle abasta.Desíme, miña señora,xa que os mostrás tan ingrata,si o meu rendimento homildebascas de enoxo vos causa,pois cando onda vós me achegocuspís con ardentes ansias,i ese mirar de pombiñavolvés en fosca mirada,tornando en sombrisa noiteo día que en sol se baña.En vano intento, señora,saber por que me maltratadama dun alma tan nobre,aunque soberba por fama,pois n'é motivo a desprezosintirse tan ben amada,que as mesmas pedras, señora,dun bon querer se folgaran.Din que na nobre Castillaasí ós gallegos se trata,mais debe saber Castillaque de tan grande se alaba,que sempre a soberbia torpefoi filla de almas bastardas;e sendo vós tan sabida,nunca de vó-lo pensara,que de tan alto baixandovos emporcases na lama;nin que chamándovos nobre,tanta nobreza enfouzarasimitando ós que vaidososno que está débil se ensañan.Pero máis val que enmudeza,pois tes condición de ingrata;que predicar en desertona miña terra n'é usanza.Si fun curpabre en quereroscoma ningún vos amara,por ser de terra gallegae serdes vós castellana,en paz, señora, vos deixoca vosa soberba gracia,e voume á Galicia hermosadonde en xuntanza me agardano que non tendes, señora,i o que en Castilla n'achara:campiños de lindas rosas,fontiñas de frescas auguas,sombra na beira dos ríos,sol nas alegres montañas,caras que nacen sorrindoe que sorrindo vos aman,e que inda mesmo morrendoen sonrisiñas se bañan.Alí, señora, contentocantando o doce ala lala,baixo a figueira frondosa,en baixo da verde parra,c'aquelas frescas meniñasque mel dos seus labios manan,cando en falar amorosomeigo nos din en voz mainacon tódalas de Castillanobrísimas castellanasolvidareivos sin pena,anque sos vós tan fidalga.Que aló saben ser altivas,pero non saben ser vanas,i é fácil con doces tomasolvidar tomas amargas.Déchesmas vós, mi señora,con desprezo envenenadas,inda con fero máis feroque pelica de laranxa;mais teño por que me paseaquel sarrapio que escalda,teño unha dama nos Portos,outra no Ribeiro de Avia;si a dos Portos é bonitaa do Ribeiro lle gana.


Se Tu Viesses Ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, 
A essa hora dos mágicos cansaços, 
Quando a noite de manso se avizinha, 
E me prendesses toda nos teus braços... 

Quando me lembra: esse sabor que tinha 
A tua boca... o eco dos teus passos... 
O teu riso de fonte... os teus abraços... 
Os teus beijos... a tua mão na minha... 

Se tu viesses quando, linda e louca, 
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo 
E é de seda vermelha e canta e ri 

E é como um cravo ao sol a minha boca... 
Quando os olhos se me cerram de desejo... 
E os meus braços se estendem para ti... 

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor" 

Falo de Ti às Pedras das Estradas

Falo de ti às pedras das estradas, 
E ao sol que e louro como o teu olhar, 
Falo ao rio, que desdobra a faiscar, 
Vestidos de princesas e de fadas; 

Falo às gaivotas de asas desdobradas, 
Lembrando lenços brancos a acenar, 
E aos mastros que apunhalam o luar 
Na solidão das noites consteladas; 

Digo os anseios, os sonhos, os desejos 
Donde a tua alma, tonta de vitória, 
Levanta ao céu a torre dos meus beijos! 

E os meus gritos de amor, cruzando o espaço, 
Sobre os brocados fúlgidos da glória, 
São astros que me tombam do regaço! 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"




canta Sara - que construímos - mãos de gentes simples - aponta pedra em Pontevedra - vera ponte - na Catedral de Santa Maria . bem perto - olugar onde se faziam as tais que navegavam as águas mais frias

"QUEM ESQUECE AS SUAS RAÍZES PERDE A SUA IDENTIDADE"
QUE a GALIZA - nunca VIAJOU DE Nau 
- a mar algum - 
a não ser 
irmanada
quem 
com ela
desde sempre
navegava




Perdi os Meus Fantásticos Castelos

Perdi meus fantásticos castelos 
Como névoa distante que se esfuma... 
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los: 
Quebrei as minhas lanças uma a uma! 

Perdi minhas galeras entre os gelos 
Que se afundaram sobre um mar de bruma... 
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? – 
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma! 

Perdi a minha taça, o meu anel, 
A minha cota de aço, o meu corcel, 
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias... 

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas... 
Sobre o meu coração pesam montanhas... 
Olho assombrada as minhas mãos vazias... 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas" 




e a flor das águas
lis boa que se espraia
Sil de pratas e brancas alvuras
foi de ilha em continente
e agora
é latante
e pungete
um pouco
entre mundo inteiro
e
toda a gente

e as águas
assim se abriram
e a 
terra

de novo unida
foi assim
de novo
ungida
qual 
ser 
de 
vida
RENASCIDA






O Teu Olhar

Passam no teu olhar nobres cortejos, 
Frotas, pendões ao vento sobranceiros, 
Lindos versos de antigos romanceiros, 
Céus do Oriente, em brasa, como beijos, 

Mares onde não cabem teus desejos; 
Passam no teu olhar mundos inteiros, 
Todo um povo de heróis e marinheiros, 
Lanças nuas em rútilos lampejos; 

Passam lendas e sonhos e milagres! 
Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres, 
Em centelhas de crença e de certeza! 

E ao sentir-se tão grande, ao ver-te assim, 
Amor, julgo trazer dentro de mim 
Um pedaço da terra portuguesa! 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"


 Queridiña dos meus ollos,
saberás como estou vivo
nesta vila donde adoito
dende que chegín de Xinzo.
Saberás como a Dios gracias
i ó escapulario bendito
non afogamos no mare
como coidaba Xacinto
que é tan valente, abofellas,
como os alentos dun pito.
Saberás como dempois
me puñeron moi vestido
con roupa azul e amarela,
cal andan tódolos quintos,
e logo todos xuntados,
inda máis de vintecinco,
nos paseamos polas calles,
que era mesmo un adimiro
de tan majos como ibamos,
de tan brancos e tan limpos.
¡Si me viras, queridiña,
cal outras que en sei me viron!
Cada ollada me botaban
xa de través, xa de fito...
I eran meniñas graciosas
con moita salsa no pico,
mais ningunha deste peito
poido arrincarme un sospiro,
que o teu retrato alí estaba
rabuñando paseniño,
que anque de onda ti partín,
prendiña que tanto estimo,
non vin soio, miña xoia,
que ti viñeche conmigo.

   ¡Si souperas canto peno,
si souperas cal me afrixo
cando me acordo nas noites
daqueles teus cantariños!...
Ora en ti penso disperto,
ora en ti penso durmindo,
e sempre en ti estou pensando
coma si foses feitizo.
Seique meigallo me deche
na festa do San Martiño,
amasado cos teus dedos
nunha bola de pan trigo.
Mais non o sinto por eso,
que anque me deras martirio
por vir de ti, queridiña,
como un año recibírao.

   Nada me distrai, Rosiña,
da pena que por ti siento.
De día como de noite
este meu corazonciño
contigo decote fala,
porque eu falar ben o sinto,
un falar tan amoroso
que me estremezo de oílo.
¡Ai!, que estrañeza me causa
e soidás e martirio,
pois así cal el che fala,
quixera falar contigo,
cal outros tempos dichosos
dos nosos amores finos.

   ¡Cantas veces nos xuramos,
cando lavabas no río
o pé dun alto salgueiro,
antre risas e sospiros,
xa nunca máis separarnos,
xa nunca máis desunirnos!
Mais aqueles xuramentos,
tal como rosas de espiño,
lixeiriños se espallaron
a un sopro dos ventos fríos.
Ora co mar de por medio
iadios, amantes cariños!
Nin ti me ves, nin te vexo
aló na beira do río,
naquelas crariñas noites
de folga polos domingos.
As amoriñas maduran
nas silveiras dos camiños,
nacen as froriñas brancas
por antre as canas do millo,
o río pasa que pasa,
cantan nas ponlas os xílgaros,
todo está verde e frondoso,
todo está fresco e frorido;
solo nós, Rosa, faltamos
naqueles verdes campiños.

   Rosiña, dáme un consolo
para este dolor que eu sinto.
¡Ai, que os recordos me matan!
¡Ai, que acabarán conmigo!
Di si inda me queres moito,
mándamo a decir pretiño;
dime si garda-lo pano
que che din por San Benito,
que o merquei na quinta feira
por doce cartos e pico.
Dime tamén si deprendes
pola cartillas de Cristus
a ler como me ofreceches
para ler os meus escritos,
que en sabendo algunhas letras
dempois irás traducindo.
Eu xa lle perdín o medo
a escribiduras e libros,
pois fago uns palotes netos
de que eu mesmo me adimiro,
tan grandes como fungueiros
e máis gordos, si non minto.

   Adios, espresiós che mando
polo burro de Camilo,
que non sei cal che dirá
estas cousas que lle esprico;
mais sabe, miña Rosiña,
rosiña de doce olido,
que si ti xa ler souperas
os palotes que eu escribo,
escribírache unha carta
nas alas dun paxariño.

Saudades tu dizias - e -

QUINTAS FEIRAS NOS DESCREVIAS
OH GALIZA QUEM TE FALA
- NA NOSSA MESMA FALA?...












Sem comentários:

Enviar um comentário