sexta-feira, 4 de abril de 2014

A Cruz e a roda - verdades em espiral...

Caracol em espiral…


Uma certa forma de se manifestar…

Seja o canto… seja o encanto
Seja a vida em ti a passar
Sejam as cordas
Das harpas
De um ser gigante
Em ti
Mesmo
 A
Ecoar…

Como um ser que
D’antes
Assim em nos
Se atrevia a ousar

E hoje pequenos
Inquietantes
Nos deixamos
Pela água
Da vida
Levar…
Ou assim fazer notar
Ou assim fazer vibrar
Ou assim
De novo
Cantar…
Como numa ode
De algo que ninguém mais pode
Em si mesmo
Repetir
Ou lavrar

E assim
Quando se abre
E se deixa
Em si mesmo entrar

Redescobre
A essência
De um povo nobre
Além do que se podia
Ver
Ou esperar…

Eis a sina escondida
Detrás da palavra
Saudade
Escrita
Sem pensar
Sem temer
Apenas reconhecer
O que outrora se ousou
Ousar…

Saúda
A arte

Saúda
A idade
Saúda a vida
Que está
Em ti
E em mim contida
E pode desde sempre
Regressar

Povo que lamenta
O passado esquecido
Povo que se senta
Num beco
Sem abrigo
Que levanta o seu sustento
Seja da poesia
Que paira np ar
Nesse mesmo vento
Que se eleva
Fraco
Ou lento
Forte como a própria vida
Em nós a palpitar

São os ecos de umas vidas
Entretecidas
Entres os passos das novas perspectivas e os achados
De velhas
Mágoas
Sentidas
Lavradas
Para deixar um dia


E mostrar
O que se escondia
Entre a melodia
Que outrora
Lembramos
Cantar..

E como se levantou
E como tombou

E como se pode de novo erguer sem duvidar?

Esse certo lugar
De graal
De verdade
De ser estival

Ou de primavera
De novo
 A celebrar?...

Laranjeiras
Perdidas
Esteiras
Estendidas
Ou as simples vidas
Que aqui viemos
Cultivar…

E de novo crescer
Devagar
Ao passo que o
tal caracol
nos veio ensinar

Recordar a espiral
Ver a sua força passar
Lenta
Esquecida
Lembrada
Nessa mesma vida
Lavrada

Desde o mar
À terra consagrada
Pela força
Dessa mesma vida
Elevada
E eu
E tu
Continuamos
Sem a ver
Assim em nós
Sem ser
Assim por nós

Mantida
Sustida
Celebrada?...

Vemos rectas
E cruzes
E mais nada…

E o mar
Encerra
E enrola
A tua
E aminha mesma vida
Que chora
Por si mesma
Perdida
Entre as lágrimas
De um certo mar
Contida
Mar
De Portugal?

Era assim
Que se manifestava
Uma certa palavra
Contida
Encerrada
Entrre as linhas
Traduzida
Sem mais nada

E eu
E tu
Seguimos
Sem a ver sem a sentir
Sem a reconhecer

Entre estas teclas
Quadradas
Que os meus e os teus dedos
Com as espirais gravadas
Seguem
E perseguem
Sem conseguir
Enquadrar

E têm
Essa mesma verdade
Gravada
Na própria palma da mão
Escrita
Escarrachada

E mesmo assim crêem na tecla
Por essa mesma mão gerada

E assim seguem
Perseguindo
Verdades
Desde o nada
Esperando
Que a esquadria sagrada
Por eles
E elas gerada
Dê resposta

À pergunta
Desde sempre
Marcada…

A questão era a pergunta…
Mais nada…
Ver o que está tão perto
Não custava

Mesmo
Nada…

Sem comentários:

Enviar um comentário