Fernando Pessoa
IV. O MOSTRENGO
IV
O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
e
um@
VONTADE
nasce
no
fundo
do
SER
um@
VONTAD@
ir
correr
mundo
um@
luz
brilh@
ofusc'@s
dem @ is
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou @ mais do que eu:
Sou
d'um
Povo
que
quer
@mar
que
@
teu;
@
m@is...
que
@!
o destino
amig@
nasceu
um dia
numa noite
fria
quando
quem
navegava
sentia
que
estava
longe
da
terra
que
bem
amava
mostrengo,
vem
nanoite
de breu
a procura
e
não
houver
@
que
lhe
vale
r
@
casa de pão
e
praças
do
ser do
ado
assim gente
de asas
em mente
que
pensam que abrasam
que
sentem
quando
tam bem
passam
@!
do
lem@
da tal
casa
de pºão
de tal terra
sem nome
assim
esquencida
de
si
mesm'@
fri@
até
bem
se
des
per
t
ar
o
ra
assim
tam
b
em
bem
sendo
@s
si
n
h
@
m
@
qu@
n
d'
@
bem
dizer
@
bem
@
vô
g
@
r
eg
reg
i@
s
@
v
@
s
se
ficaram
@
-
ver
prin
cip
i
@
d@'s
medo
esfri@s
es'@s
lend@'s
@mais
dig
n@'s
que
minh'@lm@human@
tem'@
dess'@ força menos
treva mais sublim@;
quando
@ssim
se tem
com
b@
t@
- atend'@!..
@ssim
e
tão
bem
luz
i
@
com
bem @ dizer
@ bem @ cuid@
@ roda.... nas trevas... d@ 0 fim... @d@ o mundo;
Manda @ vontade, quem m@ ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
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