Depois da tempestade...
a bonança...
de sentir o porquê...
em cada ano...
a loucura humana
renasce...
tomando as vidas...
queimadas...
feitas pedaços...
destroçadas...
desfiguradas...
já inertes...
vidas frias...
vazias
lívidas...
impávidas
de si despidas
elas mesmas corrompidas...
pelo metal brando
que as abranda
e alicia...
pelo papel que arde...
pelo tempo que passa
e as abrasa....
pelo contrato
que parte em partes
o valor humano
e a sua aspiração à esperança...
juntos em redor de uma matéria fria
se convocam os de valor
para fazer renascer com ardor
a honra fugidia
de uma terra
de uma nação
que vai vendendo para a noite
a luz do seu dia...
iluminando a escuridão
queimando sem razão
tudo o que mais lhe valia...
sejam os velhos nos lares
as crianças e seus educares
sejam os compromissos dos altares
sejam os valores de ancestros
sejam os lugares
nosso sustento
esses
que nos fazem
aos que pertencem
igualmente
quem os guarde
os que os vendem
e quem lhes pague
para assim serem
palha
que arde...
e se espalha
e queima
quem dela
faz parte...
sejam os novos
vivos
valentes
serenos
presentes
sólido sustento
de um mundo
no que
mais que lamento
se celebre
a partilha
do que se é por dentro
e assim se guarda
por se sentir
com sentimento
que é essa terra
esse verde
que nos faz
ser humanamente
parte
dessa
mesma
vida
que
parte...
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