domingo, 22 de setembro de 2013

Honra


Depois da tempestade...

a bonança... 

de sentir o porquê... 
em cada ano...
 a loucura humana 
renasce...

tomando as vidas... 
queimadas... 
feitas pedaços... 
destroçadas... 
desfiguradas... 

já inertes... 

vidas frias... 
vazias
lívidas...
impávidas
de si despidas

elas mesmas corrompidas... 
pelo metal brando 
que as abranda 
e alicia...

 pelo papel que arde...
pelo tempo que passa 
e as abrasa....

pelo contrato 
que parte em partes 
o valor humano 
e a sua aspiração à esperança...

juntos em redor de uma matéria fria
se convocam os de valor
para fazer renascer com ardor
a honra fugidia

de uma terra
de uma nação
que vai vendendo para a noite
a luz do seu dia...

iluminando a escuridão
queimando sem razão
tudo o que mais lhe valia...

sejam os velhos nos lares
as crianças e seus educares
sejam os compromissos dos altares

sejam os valores de ancestros
sejam os lugares
nosso sustento
esses
que nos fazem

aos que pertencem 
igualmente
quem os guarde
 os que os vendem
e quem lhes pague

para assim serem

palha

que arde...

e se espalha

e queima
quem dela 
faz parte...

sejam os novos
vivos
valentes
serenos
presentes

sólido sustento
de um mundo

no que

mais que lamento

se celebre

a partilha 
do que se é por dentro
e assim se guarda

por se sentir
com sentimento
que é essa terra
esse verde
que nos faz
ser humanamente

parte

dessa
mesma
vida
que

parte...




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