sábado, 13 de abril de 2013

Uma viagem no Deserto






Poemas de EMIGRAÇÃO quando os povos são ESCRAVIZADOS... só os poetas se erguem contra um inimigo invisível... só a arte que vem do ALTO pode acertar nas sombras que nos oprimem tanto...



En 1861, un periódico madrileño, El Museo Universal, publicó un poema que cambiaría 
el panorama literario de la remota esquina del noroeste español llamada Galicia. El poema iba 
firmado por una joven de 25 años llamada Rosalía de Castro y estaba escrito en una lengua 
que no se había usado en poesía escrita en más de 500 años (desde las Cantigas de Santa 
María en el siglo XIV), una lengua desdeñada como dialecto, hablado sólo por los más pobres e ignorantes campesinos gallegos. El poema adopta la voz de un hombre que se despide de 
su casa, de su pueblo, de su esposa y de su patria, al embarcarse rumbo a América, sabiendo 
que es posible que nunca regrese. Con esta composición, se inicia la denuncia política de una 
situación que había comenzado de forma masiva en 1853 y que continuará hasta bien entrado 
el siglo XX. Ese año fue el peor de una serie (1852-55), ya que lluvias torrenciales, heladas y 
plagas afectaron las cosechas gravemente y produjeron una grave hambruna. Ese mismo año el 
gobierno español despenalizó la emigración, creando un movimiento masivo a América en la 
segunda mitad del siglo XIX. Además de esta emigración aprobada por el gobierno, existía un 
movimiento paralelo de emigrantes ilegales, que salían del país para escapar el reclutamiento 
forzado y el pago de impuestos. A estos factores hay que añadir otro, documentado por 
Hernández Borge:



A estas circunstancias, así como al aislamiento, a las malas comunicaciones, al bajo nivel educativo o al 
deseo de eludir el servicio militar, hay que unir una propaganda ejercida por las agencias de emigración 
por todas las aldeas y los estímulos que los países del otro lado del Océano ofrecían a los que llegaban a 
ellos ante su imperiosa necesidad de mano de obra. (Hernández Borge 1986: 46)




Mais son pobre e, mal pecado,
A miña terra no é miña,
Que hasta lle dan de prestado
A beira por que camiña
Ó que naceu desdichado

Rosalía de Castro
Adeus Ríos, Adeus Montes - Cantares Galegos



SOMOS IRMÃOS

Diz o POETA e a MUSA



Diz a GENTE
e o eco da sua voz
 nas pedras dos túmulos ancestros
em cada monte relembrada









Trova do Vento que Passa
Música: Antônio Portugal
Letra: Manuel Alegre
1963

Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
E o vento cala a desgraça
O vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
Tanto sonho à flor das águas
E os rios não me sossegam
Levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
Ai rios do meu país
Minha pátria à flor das águas
Para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
Pede notícias e diz
Ao trevo de quatro folhas
Que morro por meu país.
_________________________
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio — é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.




Trova del viento que pasa 
(En castellano) 


Pregunto al viento que pasa
noticias de mi país
y el viento calla la desgracia,
el viento nada me dice

Pregunto a los ríos que llevan
tanto sueño a flor de las aguas
y los ríos no me sosiegan,
llevan sueños dejan penas.

Llevan sueños dejan penas
ay, ríos de mi país
mi patria, a flor de las aguas
¿Para dónde vas? Nadie dice.

Si el verde trébol deshojas,
pide noticias y di
al trébol de cuatro hojas
que muero por mi país.
______________________________
Pregunto a la gente que pasa
por qué va mirando al suelo.
Silencio, es todo lo que tiene
quien vive en la servidumbre.

Vi florecer las verdes ramas
directas al cielo volteadas.
Y a quien gusta de tener amos
le vi siempre los hombros encorvados.

Y el viento no me dice nada
nadie dice nada nuevo.
Vi mi patria clavada
en los brazos en cruz del pueblo.

Vi mi patria en el margen
de los ríos que van al mar
como quien ama el viaje
pero tiene siempre que quedarse

Vi navíos partir
(mi patria a flor de las aguas)
vi mi patria florecer
(verdes hojas, verdes penas)

Hay quien te quiere ignorada
y habla, patria, en tu nombre.
Yo te vi crucificada
en los brazos negros del hambre.

Y el viento no me dice nada
sólo el silencio persiste.
Vi mi patria detenida
en la orilla de un río triste.

Nadie dice nada nuevo
si noticias voy pidiendo
en las manos vacías del pueblo
vi mi patria floreciendo.

Y la noche crece por dentro
de los hombres de mi país.
Pido noticias al viento
y el viento nada me dice.

Cuatro hojas tiene el trébol,
libertad, cuatro sílabas.
No saben leer, es verdad,
aquellos para quienes escribo.

Pero hay siempre un candil
dentro de la propia desgracia,
hay siempre alguien que siembra
canciones en el viento que pasa.

Lo mismo en la noche más triste
en tiempos de servidumbre
hay siempre alguien que resiste
hay siempre alguien que dice que no.



Nas costas da mesma Cruz
Na mesma costa 
um mar de lágrimas chorando


Amália Rodrígues
Fado Português

José Régio na voz da Musa...

Um mar que nos une
Pela cruz nas costas plantada
Pelo sangue e suor derramados
Pela nossa terra adorada


Luar na Lubre
Na voz de Sara Vidal

A nossa mesma LÍNGUA
o nosso mesmo SENTIR
Mar de Sal
Lágrimas do mesmo cantar

Madrugada, o porto adormeceu, amor,
a lúa abanea sobre as ondas
piso espellos antes de que saia o sol
na noite gardei a túa memoria.

Perderei outra vez a vida
cando rompa a luz nos cons,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar.

Veu o loito antes de vir o rumor,
levouno a marea baixo a sombra.
Barcos negros sulcan a mañá sen voz,
as redes baleiras, sen gaivotas.

E dirán, contarán mentiras 
para ofrecerllas ao Patrón:
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar,
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar.

Madrugada, o porto despertou, amor,
o reloxo do bar quedou varado
na costeira muda da desolación.
Non imos esquecer, nin perdoalo.

Volverei, volverei á vida 
cando rompa a luz nos cons
porque nós arrancamos todo o orgullo do mar,
non nos afundiremos nunca máis
que na túa memoria xa non hai volta atrás:
non nos humillaredes NUNCA MÁIS.



Dulce Pontes
Canção do Mar

Uma mesma forma de sentir
Nacida no mesmo coração
Naçon que se faz unida
pela voz que a cantou
pelo sentir que a juntou
pelo porvir que já mais a separou



Luar na Lubre
O Meu País


O meu país/ é verde e neboento
É saudoso e antergo,/ é unha terra e un chan.
O meu país/ labrego e mariñeiro
É un recuncho sin tempo/ que durme nugallán.

Q quece na lareira,/ alo na carballeira
Bota a rir.
E unha folla no vento/ alento e desalento,
O meu país.

O meu país/ tecendo a sua historia,
Muiñeira e corredoira / agocha a sua verdá
O meu país/ sauda ao mar aberto
Escoita o barlovento/ e ponse a camiñar

Cara metas sin nome/ van ringleiras de homes
E sin fin.
Tristes eidos de algures,/ vieiros para ningures,
O meu pais.

O meu país/ nas noites de invernía
Dibuxa a súa agonía/ nun vello en un rapaz.
O meu país/ de lenda e maruxias
Agarda novos días/ marchando de vagar.

Polas corgas i herdanzas
Nasce e morre unha espranza/ no porvir.
E unha folla no vento/ alento e desalento
O meu país.

Ouves a NOSSA VOZ?

Sentes o nosso 
MESMO QUERER
Num 
MESMO VIVER
TRADUZIDO 
num 
MESMO CANTAR?



Dulce Pontes
"Povo que Lavas no Rio"


Povo que lavas no rio, 
Que vais às feiras e à tenda, 
Que talhas com teu machado 
As tábuas do meu caixão, 
Pode haver quem te defenda, 
Quem turve o teu ar sadio, 
Quem compre o teu chão sagrado, 
Mas a tua vida, não! 

Meu cravo branco na orelha! 
Minha camélia vermelha! 
Meu verde manjericão! 
Ó natureza vadia! 
Vejo uma fotografia... 
Mas a tua vida, não! 

Fui ter à mesa redonda, 
Bebendo em malga que esconda 
O beijo, de mão em mão... 
Água pura, fruto agreste, 
Fora o vinho que me deste, 
Mas a tua vida, não! 

Procissões de praia e monte, 
Areais, píncaros, passos 
Atrás dos quais os meus vão! 
Que é dos cântaros da fonte? 
Guardo o jeito desses braços... 
Mas a tua vida, não! 

Aromas de urze e de lama! 
Dormi com eles na cama... 
Tive a mesma condição. 
Bruxas e lobas, estrelas! 
Tive o dom de conhecê-las... 
Mas a tua vida, não! 

Subi às frias montanhas, 
Pelas veredas estranhas 
Onde os meus olhos estão. 
Rasguei certo corpo ao meio... 
Vi certa curva em teu seio... 
Mas a tua vida, não! 

Só tu! Só tu és verdade! 
Quando o remorso me invade 
E me leva à confissão... 
Povo! Povo! eu te pertenço. 
Deste-me alturas de incenso, 
Mas a tua vida, não! 

Povo que lavas no rio, 
Que vais às feiras e à tenda, 
Que talhas com teu machado, 
As tábuas do meu caixão, 
Pode haver quem te defenda, 
Quem turve o teu ar sadio, 
Quem compre o teu chão sagrado, 
Mas a tua vida, não! 

Pedro Homem de Mello, in "Miserere"


QUANDO PORTUGAL CHORA

Seja pelo Francês tirano na nossa terra entrado
filho do traidor que guarda
a porta da nossa casa

Seja pela trista sina
que em nossas alma mora
saudade - tristeza - morriñ
ade ter de ficar 
quando todos têm de ir embora

Aqui fica uma MESMA VOZ
em coro daqueles que passam

Seja o Jantar de Pondal
Nas terras onde outros mandavam
Sejam Solís que se erguem
quando outros de nós abusaram
Sejam os ecos das pedras
que outros por nós trocaram

Mas são meus ossos que gemem 
- por estar assim de forma errada -
por muitas voltas que lhes deis
saberão sempre onde está sua casa

A GALIZA SOFRE













Vendo-os assim tão pertinho
A Galiza mais o Minho
São como dois namorados
Que o rio traz separados
Quasi desde o nascimento
Deixai-os, pois namorar,
Já que os pais para casar
Lhes não dão consentimento

José Rodrigues Vale (João Verde) - Monção
Poema dos “Ares da Raia”
Como o de Rosalía 
– a quem muito admirava – 
impresso em VIGO



ASSIM:



DE MÃOS UNIDAS 
- O TROVÃO NÃO ASSUSTA
A TEMPESTADE SE AFASTA
A COBRA NÃO MORDE
E O SUBTIL VENENO 
DEIXA A VIDA SER SIMPLES
COMO SIMPLES 
É A NOSSA VIDA QUE PASSA


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